O Papa e a resignação


O Papa anunciou a sua resignação.
No pleno exercício da sua liberdade e em fidelidade à sua consciência.
É uma decisão legítima, compreensível e razoável. E respeitável.
Não me sinto triste, nem me alegro.
Não me sinto órfão. Ninguém morreu.
Em nada afecta a minha fé, até porque a minha fé não está depositada no Papa, qualquer que ele seja, mas em Deus.

Dito isto, três notas:

1. Decisão exemplar: o que é estranho não é que Bento XVI tenha decidido resignar. O estranho é ser estranho. Parece-me ser uma prova de bom senso e de sabedoria. E um bom sinal.

2. Pontificado curto: foram muitos os que nestes dias se têm referido assim ao pontificado de Bento XVI. Oito anos não são um pontificado curto. Em democracia, os mandatos são mais curtos e as mudanças acontecem. E a História acontece. Isto não é uma comparação. É uma constatação.

3. Elogio: um dos eixos centrais da intervenção de Bento XVI foi a conciliação entre Fé e Razão. Com êxito reconhecido e justificado. Se a fé pode e deve iluminar a razão, também é certo que a fé sem a razão é coxa. E perigosa.

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