
O mais interessante da Assembleia
Extraordinária do Sínodo dos Bispos, que ontem terminou em Roma, não foram as
conclusões que saíram de lá. Como se esperava, o texto final é contido e
prudente. Até porque ainda há trabalho pela frente. Daqui a um ano, realiza-se
a Assembleia Ordinária e o trabalho agora feito vai ser retomado, com a
vantagem de 12 meses de amadurecimento e sistematização.
O mais interessante foram as
inovações metodológicas. Todos nós ficámos a saber quais foram os temas que
geraram discórdia e como foram votados. Por decisão de Francisco, a discussão
foi transparente. Foi possível saber como foram sendo votadas cada uma das
propostas à reflexão sinodal. E foi muito interessante ver que os parágrafos “chumbados”,
só o foram porque as regras exigem uma maioria qualificada de dois terços. Se fosse por
maioria simples, teriam passado.
O documento final deixa na mesma
os temas que maior expectativa geravam: a atenção aos divorciados recasados e
aos casais do mesmo sexo. Mas nada fica na mesma. O que o Sínodo mostrou foi a
inevitabilidade da mudança.
Os novos “desenhos familiares” não
precisam da aprovação da Igreja. Eles já existem e constituem os caminhos e
opções de muitos cristãos e não cristãos. A questão está em saber se a Igreja
opta por se demitir e ausentar dessa vida já vivida. Ou se percebe que a fidelidade
a si própria lhe exige estar lá. A transparência exigida por Francisco deixa
entrever sinais de esperança. Veremos.
Que estranho este texto, principalmente porque o seu autor é padre, o sr. é padre e escreve desta forma sobre o Sínodo dos Bispos em Roma. De certo que o seu Bispo ou até mesmo o Conselho Episcopal não têm conhecimento daquilo que escreve. É por estas (também) razões que a nossa Igreja está a chegar a este ponto. No final, só Deus nos julgará.
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